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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Um dia, Supernova

Quem é essa que avança como a aurora, resplandecente como exército em ordem de batalha?

És tu, ó formosa, ó toda brilhante, fulgurante supernova, multicolorida Betelgeuse!

Do alto de tua posição de ataque, ó mão do caçador, vislumbras os confins do universo, que alcançareis em boa hora.

Até ontem eras uma estrela, mas somente hoje revelaste que já há muito tempo desde que explodistes e te transformastes em supernova.

Ó nossa boa nova, noiva formosa e bela, vem e prepara o banquete nupcial. Vem revestida de luz e de cores, ó toda magnífica. Tu que galgaste as eras pelos espaços infinitos, vem a todos surpreender.

De ora em diante estabelecereis morada em nosso céu, e assim darás novo significado ao nosso sufocado firmamento.

Vem e ocupa teu lugar definitivo no jardim celeste, e ofuscarás os outros deuses que, decadentes, persistem em reinar sobre nada.

E por fim bradarás, "Eu sou a luz que permeia a noite e desponta em pleno dia. Nada será como antes. Eu vim desmantelar a velha ordem. Eu vim trazer a luz, o futuro e a permanência. Eu sou a luz que destrói e constrói. E vós sois minhas criaturas."

A era das cinzas acabou-se. 

É chegada a era das cores. 

Uma nova esperança.

A esperança que está no alto.

Aponte para o alto!

Lá está a ponte para o futuro.

Aponte para o futuro!


-- Tales Américo, "Um dia, Supernova"

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